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Após problemas em capitais, Queiroga culpa burocracia

27 de julho de 2021
Fonte: Jornal Valor Econômico – SP

Pelo menos nove capitais tiveram de suspender imunização por falta de doses

Por Fabio Murakawa — De Brasília

Depois de pelo menos nove capitais terem anunciado suspensão de vacinação nos últimos dias por falta de doses, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, culpou ontem a burocracia estatal pela demora na entrega dos imunizantes.

A jornalistas, Queiroga também falou sobre a mudança nas regras da aplicação das vacinas da Pfizer no país. Em vez dos três meses atuais de intervalo entre a primeira e segunda doses, o ministério reduziu o intervalo para apenas 21 dias -- como recomenda o laboratório. O ministério tem sido criticado por demorar a enviar aos Estados as vacinas entregues pelos laboratórios.

“O senso de urgência do Ministério da Saúde chega a impressionar”, ironizou no domingo nas redes sociais o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM). O Rio suspendeu na sexta a vacinação. O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) também fez críticas afirmando que “o ministério tem 16 milhões de doses de vacinas paradas em estoque”. Na tarde de ontem, Queiroga procurou rebater as críticas, tentando justificar que o tempo de liberação das doses se deve à burocracia necessária. “Não há estoque de vacina.

O que há é que quando as vacinas chegam no aeroporto elas precisam ser avaliadas pela chancela da Anvisa. Segundo, precisa passar pelo controle do INCQS (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde). Também tem a questão da Receita Federal. Depois, o PNI (Programa Nacional de Imunização) prepara as pautas. E essas vacinas são enviadas”, disse o ministro. “As vacinas estão sendo distribuídas para Estados e municípios, como nós fizemos desde o início da campanha nacional de imunização.”

Além do Rio, ao menos Vitória, Salvador, João Pessoa, Maceió, Natal, Belém, Florianópolis e Campo Grande anunciaram suspensões da vacinação, principalmente por falta de imunizantes. Sem mencionar a sucessão de críticas ao governo pelos atrasos na aquisição da vacinas no ano passado e às suspeitas de irregularidades levantadas pela CPI da Covid, Queiroga fez elogios às políticas de embate à pandemia. E afirmou que o objetivo do Executivo segue sendo vacinar toda a população acima de 18 anos com a primeira dose até setembro e, com a segunda, até o fim do ano.

Nós temos hoje a média móvel de 1.101 óbitos. Eu não estou achando isso pouco. Mas, para quem já teve 4 mil, já é um acerto das políticas públicas colocadas pelo Ministério da Saúde e executadas por Estados e municípios.” Queiroga também se queixou de alguns municípios que não estariam seguindo as decisões acertadas no âmbito do PNI, que reúne também Estados e municípios, em relação à vacinação.

“É necessário que as determinações pactuadas no âmbito do PNI com a participação dos entes subnacionais, Estados e municípios, sejam mantidas na ponta”, disse. “Não é correto que os municípios fiquem alternando o que foi tratado na tripartite. Senão, você cria uma verdadeira confusão. Não contribui para que a população brasileira tenha a sua imunização.”

Ao falar sobre as regras de intervalo entre as doses, o ministro falou sobre as mudanças em relação à Pfizer. Mais cedo, o ministério havia anunciado que reduziu de 90 para 21 dias o intervalo de aplicação do imunizante da Pfizer, seguindo o que recomenda a bula. “Como as vacinas da Pfizer estão chegando agora em um volume maior, é possível mudar essa estratégia. Nós já fizemos várias análises, e com as entregas que temos é possível voltar para um prazo que está no bulário”, disse.

Não há previsão para reduzir o intervalo entre as doses da vacina da AstraZeneca -- cujo intervalo é de três meses. “Em relação à AstraZeneca, esse prazo que está na bula é de 90 dias entre a primeira dose e a segunda dose. Reduzir isso aí, não há uma segurança de evidência científica de que isso trará maior eficácia desse esquema vacinal de duas doses da AstraZeneca.” Segundo ele, isso poderá ser feito se estudos vierem apontar que é seguro.

Ontem, o ministério alterou a regra sobre vacinação de gestantes: as que tomaram AstraZeneca poderão tomar tomar a segunda dose da Pfizer. Queiroga afirmou ainda que o ministério avalia a possibilidade de reforço na vacinação contra a covid-19. "Já estamos trabalhando na possibilidade de um reforço, mas ainda não temos quais as evidências científicas de como deve ser feito esse reforço, por isso que eu não me adianto."

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