Alimentos sobem, inflação supera expectativas e é de 0,59% em outubro
11 de novembro de 2022DANIELA AMORIM/RIO e MARIANNA GUALTER/SÃO PAULO
Analistas previam, na média, 0,49%. Alimentação, saúde e transportes foram os que mais pesaram no IPCA.
Após três meses de deflação, outubro registrou inflação de 0,59%, segundo os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A alta superou as previsões mais pessimistas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que previam um avanço entre 0,25% e 0,54%, com mediana de 0,49%. “Essa volta da inflação ao terreno positivo mostra que os efeitos da redução do ICMS sobre combustíveis, energia e telecomunicações começaram a ficar para trás”, afirmou Claudia Moreno, economista do C6 Bank, em nota.
A taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses desacelerou a 6,47%, ante uma meta de inflação de 3,5% para este ano (com teto de 5%). A surpresa de outubro fez alguns economistas aumentarem suas projeções para o IPCA deste ano. A LCA Consultores subiu sua previsão de inflação de 5,6% para 5,8%, enquanto o Bank of America (BofA) elevou sua estimativa de 5,3% para 5,8%.
O economista Leonardo Costa, da gestora de recursos ASA Investments, aumentou a projeção de 5,7% para 6%, e, para 2023, de 4,9% para 5%. A mudança foi motivada pelo comportamento de itens voláteis, como a aceleração nos preços dos alimentos in natura.
“Os (alimentos) in natura têm a questão da sazonalidade e são itens mais voláteis”, justificou Costa, que prevê um IPCA de 0,5% em novembro, estimativa que já inclui uma expectativa de reduções de preços de produtos na campanha de promoções da Black Friday.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito tiveram aumentos em outubro. Os gastos com Alimentação, Saúde e Transportes foram os que mais pesaram e juntos responderam por quase 73% da inflação do mês.
Em Transportes, os combustíveis caíram menos em outubro, com a dissipação dos efeitos de cortes de impostos e das reduções de preços pela Petrobras nas refinarias, ao mesmo tempo que houve aumento expressivo, de 27,38%, nas passagens aéreas, item de maior pressão no IPCA.
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