Associação alerta o Cade sobre a compra de uma pequena farmácia em SP pelo Mercado Livre
25 de setembro de 2025Coluna Lauro Jardim
Por Gustavo Maia — Brasília
Em junho deste ano, a coluna revelou que o Mercado Livre estava estudando entrar no negócio de venda online de medicamentos no Brasil, sem prescrição médica , apesar da forte resistência das farmácias, que detêm por lei o monopólio do setor, e da Anvisa. No fim de agosto, o jornalista Renan Setti, da coluna Capital, informou que o gigante do e-commerce estava comprando uma pequena farmácia no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Beleza.
Dias depois, já no início deste mês, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra do estabelecimento. A Target, nome fantasia da Cuidamos Farma Ltda., foi vendida pela Memed, uma startup que digitaliza receitas médicas e exames. Este foi o primeiro passo da empresa para superar obstáculos regulatórios e começar a comercializar medicamentos online.
Agora, no entanto, esta operação voltou à mesa do superintendente geral do órgão, Alexandre Barreto. A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) enviou ao conselho uma série de documentos levantando suspeitas sobre o negócio.
A entidade alega que o Mercado Livre não forneceu todas as informações relacionadas à transação e parcerias futuras, o que poderia gerar um incidente de enganosidade — ou seja, a apresentação de dados falsos e incompletos para que o Cade aprovasse a venda sem avaliar o risco real de condutas com potencial de prejudicar a concorrência.
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