Câncer de pele em idosos tem aumento de 61% em 30 anos
31 de julho de 2025Dados correspondem ao período de 1990 a 2021; longevidade e baixa prevenção entre homens ajudam a explicar o cenário.
GABRIELA CUPANI (AGÊNCIA EINSTEIN)
Nas últimas três décadas, os casos de câncer de pele em idosos cresceram de forma expressiva em todo o mundo. É o que mostra um estudo recém-publicado no periódico Jama Dermatology que analisou dados globais entre 1990 e 2021. Segundo os autores, é a primeira pesquisa com visão abrangente sobre tendências do câncer de pele em pessoas mais velhas, considerando idade, sexo e nível socioeconômico.
A análise revela que, nesse período, a incidência de carcinoma basocelular, por exemplo, cresceu 61,3%, e a do carcinoma espinocelular, 42,5%. As maiores taxas foram observadas em homens e em regiões ricas, como Austrália, Nova Zelândia e América do Norte.
Para os autores, a combinação de pele clara e maior exposição ao sol ajuda a explicar em parte esses números.
No caso dos homens, a menor adesão a medidas de prevenção também pode explicar esses índices. “Com o aumento da longevidade em muitos países, os idosos estão sendo examinados mais vezes por dermatologistas. Com isso, os diagnósticos estão sendo feitos com maior frequência”, avalia a dermatologista Selma Hélène, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Além disso, o aumento na detecção precoce dos tumores de pele não melanoma, como os carcinomas, também contribui para os números em alta. Esses tipos de câncer estão fortemente relacionados à exposição solar, além de fatores genéticos. “No caso do melanoma, que pode aparecer sobre as pintas adquiridas ao longo da vida, nas pintas de nascimento e na pele normal, a detecção precoce pode salvar uma vida, pois ele tem capacidade de metástases fora da pele, sendo agressivo quanto mais jovem o paciente”, diz a especialista.
Melhor prevenir cedo Maior carga de exposição solar ocorre nos primeiros 20 anos de vida, com mais atividades ao ar livre
Selma afirma ser importante ter consciência de que a pele deve ser avaliada desde a infância. A maior carga de exposição solar ocorre nos primeiros 20 anos de vida, quando crianças e adolescentes ficam mais expostos à radiação, pelas atividades ao ar livre, o que repercute futuramente na saúde da pele. “Medidas de prevenção, como o uso do protetor, de roupas, respeitar o horário do sol, repassar o protetor, além de fazer check-up para prevenção do câncer de pele, pode salvar uma vida.”
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