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Com mais medo de frequentar comércios, população do Nordeste é a que menos acredita na retomada

30 de julho de 2021
Fonte: Jornal O Povo – CE / Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Consumo na pandemia.

Por Armando De Oliveira Lima

Pesquisa da CNI aponta que apenas 37% dos nordestinos acreditam na recuperação da economia ao mesmo tempo que 65% avaliam como muito grande o impacto da pandemia

Ainda diretamente relacionada ao desempenho dos setores produtivos, a pandemia de Covid-19 se tornou mais um componente a ser interpretado quando se avalia o futuro da economia. E, no Nordeste, esse sentimento não é tão positivo: 69% da população têm medo – classificado desde “muito pequeno” até “muito grande” – de frequentar comércio de rua, o que também acontece com bares e restaurantes (66%), supermercados (58%), shoppings (55%) e academias (48%). Quando se avalia o impacto da doença na economia, 65% reconhecem como “muito grande” e 62% consideram que a retomada ainda não começou.

O percentual é o maior entre as regiões nesta percepção, uma vez que, no Sudeste, 57% não consideram a retomada, seguido por Norte/Centro-Oeste (55%) e Sul (45%). Os números foram mensurados na 4ª edição da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia de Covid-19 e o consumo”, realizada pelo Instituto FSB Pesquisa sob encomenda da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e estão diretamente relacionados quando se observa o futuro da economia, segundo afirma Marcelo Azevedo, gerente de análise econômica da CNI.

“A dificuldade das pessoas de reestabelecerem certos hábitos de consumo é uma das razões para a gente ter dificuldade na retomada. Os setores produtivos como bares e restaurantes, shoppings, academias e comércio de rua sofrem muito financeiramente por conta disso e continuamos com limitações para essa recuperação econômica”, explica.

Exceto por supermercados, shoppings, comércio de rua e, principalmente, bares e restaurantes foram segmentos do varejo bastante apenados desde março de 2020, quando o fechamento desses estabelecimentos foi decretado por governos como forma de evitar aglomerações e impedir a contaminação por Covid-19 em todo o País. O efeito foi uma queda na atividade econômica, demissões e falência de empresas, assim como redução vertiginosa da arrecadação de estados, municípios e União.

Perguntado como sair dessa relação, Azevedo apontou a vacinação em massa como a solução. A distribuição de doses diminuirá os casos fatais da doença, reduzindo a pressão sobre o sistema público de saúde e gerando mais confiança nas pessoas em voltar aos hábitos de consumo. Isso faria os negócios retomarem os lucros e a atividade econômica seria impulsionada por mais emprego e renda. O entendimento dessa lógica também é visto na pesquisa da CNI.

O levantamento constata que “o brasileiro vai se vacinar contra o coronavírus, independente da marca da vacina”. No País, 71% afirmaram não ter marca preferida, 19% têm preferência, mas não deixariam de tomar a vacina, e apenas 4% disseram que têm preferência por um fabricante e, por isso, deixariam de se vacinar caso o imunizante disponível não fosse o desejado.

“A acho que essa mensagem é muito importante: mesmo o que tem preferência por marca, vão tomar a vacina que for disponibilizada. Com o tempo, os efeitos econômicos da recuperação serão vistos e o receio de retomar certos hábitos de consumo vão reduzir, assim como as incertezas em relação a emprego e renda”, reforça o analista.

Entre as regiões, no Sul, 91% disseram tomar qualquer que seja a vacina. Mesmo percentual do Sudeste. No Nordeste foram 90% com a mesma afirmação e 86% entre Centro-Oeste e Norte, o que desperta otimismo pelo setor da indústria.

“O fato de o brasileiro aceitar tomar a vacina disponível nos deixa menos apreensivos, não só pela proteção individual, mas pelo benefício para toda a sociedade. Sabemos que a vacinação em massa é fundamental para a retomada econômica. E, quando falo em retomada, falo principalmente em mais empregos, mais renda e mais qualidade de vida para a população.

A imunização é o único caminho para proteger a saúde e afastar o risco do coronavírus, que são fatores essenciais para reativar os setores econômicos, as molas do crescimento do Brasil”, avalia, em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

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