Desodorante e curativos no metrô? Pacheco leva máquinas de autoatendimento para estações do Rio

Novidade começou em São Paulo e chega à capital fluminense. Empresa quer aproveitar movimento intenso nos vagões para aumentar vendas

Por Letícia Lopes — Rio

As primeiras maquininhas foram instaladas nesta semana nas estações do metrô Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca; General Osório, em Ipanema; Jardim de Alah, no Leblon; e Carioca, no Centro.

A ideia da empresa, que tem mais de 200 lojas no município do Rio, é ampliar a conveniência para os clientes, colocando itens de primeira necessidade à venda em áreas de alto fluxo de pessoas, para que o consumidor não precise se deslocar até uma das farmácias.

— Nossas lojas estão espalhadas por toda a cidade. Temos o e-commerce, as entregas, e os clientes podem retirar os pedidos nas lojas. Agora, a ideia é facilitar ainda mais, levando as vending machines onde as pessoas estão de passagem, para que o cliente não precise sequer andar meia quadra até uma loja — afirma André Svartman, head de Marketing, CRM e CX do Grupo DPSP.

O executivo explica que a escolha dos locais é um teste para uma possível expansão dos equipamentos não apenas para outras estações do metrô, mas também para a orla da Zona Sul.

A instalação das máquinas em condomínios também está nos planos e é uma possibilidade no futuro.

O mix de produtos, com preços que variam de R$ 2 a R$ 50, inclui removedor de esmalte, lenço umedecido, escova e creme dental e filtro solar, além de balas de gengibre, própolis e vitaminas. Os itens são todos da marca própria da rede, a Ever – e as variações Ever Car, Ever Baby, Ever You e Ever Nutri.

Varejo 'figital': Empresas fazem de tudo para o cliente comprar onde e quando quiser.

— A marca própria é o nosso melhor custo-benefício. Ela é a mais barata? Não necessariamente. Mas dentro da qualidade, é a que tem o melhor custo. Nas máquinas, já que estamos falando de uma venda rápida, não pode ter muita comparação ou dificuldade de escolher, por isso julgamos que oferecendo as nossas marcas estamos garantindo um bom produto por um bom custo — avalia Svartman.

Toda a logística das máquinas, desde a instalação e reposição dos produtos, é feita por uma empresa especializada do setor, mas com apoio da Pacheco principalmente em épocas de aumento do fluxo de pessoas na região, como em feriados e grandes eventos.

Na contramão de outras redes — como a carioca Venâncio, que tem investido em megalojas oferecendo produtos muito além dos farmacêuticos, mas também presentes, chocolates, panetones e até sex toys –, a Pacheco opta por focar no segmento de saúde.

A estratégia da Drogaria Pacheco inclui não apenas a oferta de medicamentos, itens de cuidados pessoais, higiene e beleza. O foco da farmacêutica é ampliar a oferta de serviços, como a realização de exames e a aplicação de vacinas.

— Nós não vamos vender, como alguns concorrentes começam a fazer, comida congelada e vestuário. Não temos a pretensão de ir para esse lado, mas ampliar cada vez mais nosso mix de saúde, que é o que fazemos há 130 anos — destaca o executivo. — A população está envelhecendo e precisa de mais auxílio. Não podemos substituir uma unidade de saúde, mas temos o dever de complementar, tirando dúvidas, realizando exames, perto de casa. A conveniência está aí.

Comodidade dos consumidores

A aposta no negócio é mais um passo na tendência do setor de varejo farmacêutico de ampliar ao máximo a comodidade dos consumidores. É o que avalia Marcos Caiado, professor da Escola de Negócios da PUC-Rio (IAG).

Ele observa também que, assim como acontece nas ruas – com lojas de drogarias de diferentes redes disputando espaço lado a lado – a aposta da DPSP nas maquininhas pode abrir portas para que concorrentes sigam o mesmo caminho.

– Esses equipamentos permitem a compra de produtos a qualquer hora do dia e podem estar instalados em locais estratégicos, como aeroportos, estações de trem e grandes centros comerciais, tornando o acesso mais fácil para os consumidores – analisa Caiado, acrescentando: