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EMS propõe fusão à Hypera para criar a maior farmacêutica da AL

22 de outubro de 2024
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

Oferta avalia as ações da Hypera em R$ 30, prêmio de 17%; empresa combinada teria receita anual de R$ 16 bi.

CRISTIANE BARBIERI

Caso o negócio se concretize, a nova companhia nascerá com receita líquida anual de quase R$ 16 bilhões.

A EMS, maior fabricante de medicamentos do País, apresentou uma proposta de combinação de negócios com a rival Hypera, que poderá resultar na criação do maior conglomerado do setor farmacêutico da América Latina, segundo informaram pessoas a par das negociações. Caso o negócio seja aprovado, a nova companhia nascerá com receita líquida anual de quase R$ 16 bilhões e geração de caixa (medida por EBTIDA – lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de quase R$ 5 bilhões. A oferta precisa ser aprovada pelo conselho de administração da Hypera, bem como pelas autoridades reguladoras.

A empresa resultante da fusão das companhias seria líder em todas as áreas da indústria: medicamentos de prescrição, genéricos, vendidos fora do balcão e hospitalares. A EMS é a hoje a maior fabricante de medicamentos genéricos do País, e a Hypera tem marcas líderes de categoria como Doril, Buscopan, Benegrip, Merthiolate e Engov, entre outros. A participação de mercado da nova empresa no Brasil seria de 17%. Depois de cair mais de 17% pela manhã e liderar as perdas do Ibovespa, a ação da Hypera fechou ontem em alta de 1,91%, cotada a R$ 26,16.

RECURSOS PRÓPRIOS.

A Hypera confirmou ter recebido uma oferta pública de aquisição (OPA) e de combinação de negócios da NC Farma Participações (EMS), conforme antecipado pelo Estadão/Broadcast. Em fato relevante enviado ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) durante a tarde, a companhia informou que o conselho de administração tomará providências para a avaliação diligente da proposta, incluindo a contratação de assessores externos.

De acordo com pessoas a par das negociações, a oferta é de até 20% do capital da Hypera; e o preço oferecido, de R$ 30 por ação, valor 17% superior ao da cotação do papel no fechamento do mercado na sexta-feira. A adesão não é obrigatória aos acionistas. Caso a oferta seja aceita na totalidade, a EMS terá de desembolsar R$ 3,8 bilhões, recursos que virão da própria empresa.

Apesar de ambas as companhias terem faturamento semelhante, Carlos Sanchez, controlador da EMS, deve passar a ser o maior acionista da empresa combinada, com cerca de 60% do capital. Isso porque a EMS tem caixa líquido de cerca de R$ 500 milhões, enquanto a Hypera tem dívidas que somam R$ 8,2 bilhões e alavancagem de 3,5 vezes a geração de caixa. Caso o negócio seja concretizado, essa relação cai para 1,54 vez na companhia combinada.

GANHOS COM SINERGIA.

As negociações para a fusão dos negócios começaram há tempos, entre Sanchez e João Alves de Queiroz Filho, o Junior, controlador da Hypera. Segundo pessoas próximas às conversas, ambos veem grandes ganhos de sinergia no negócio, que resultaria da concentração de produção em fábricas, negociação com fornecedores de insumos médicos e de embalagens, logística, bem como na distribuição.

O efeito também poderia ser visto em pesquisa e desenvolvimento, já que nos últimos anos as duas têm avançado nessa área. As sinergias viriam ainda da força de vendas. Hoje, as duas empresas têm grandes equipes de propagandistas para visitar consultórios médicos e farmácias cujas ações seriam otimizadas numa fusão. COLABOROU BEATRIZ CAPIRAZI

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