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Especialistas veem mudanças com cautela

19 de novembro de 2021
Fonte: Jornal Zero Hora – RS

A partir de sábado, o Rio Grande do Sul entra em nova fase de flexibilizações de protocolos voltados ao controle da pandemia. Entre as medidas anunciadas pelo Piratini, estão a retirada do teto de ocupação de locais abertos e fechados e da multa por descumprimento a essa regra, medidas que devem ser detalhadas em decreto publicado até hoje.

A observação da distância mínima de um metro entre pessoas em locais públicos e privados também deixa de ser obrigatória, mas permanece sendo recomendada. A medida é vista com cautela por especialistas em saúde, que entendem que a responsabilidade pelo controle da pandemia passa a ficar a cargo do cidadão.

Em entrevista ontem ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, o virologista Fernando Spilki, coordenador da Rede Corona-ômica do Ministério da Ciência, falou que esperava que as novas flexibilizações fossem menos extensas.

Também afirmou que havia expectativa, diferentemente do que foi determinado, de que as medidas levassem em consideração o cenário específico de cada região, já que há locais em que a rede de saúde está mais pressionada:

- O que nos impressionou um pouco é a extensão das medidas, já não é mais uma flexibilização, mas uma normalização da maioria das questões. E também a transferência da responsabilidade do cuidado para o cidadão. Nem todos têm o mesmo acesso à informação ou fazem a mesma leitura da informação. Tomara que essas flexibilizações não se revelem prematuras.

De acordo com a professora de Epidemiologia da UFRGS Suzi Camey, um dos indicadores que embasa as novas flexibilizações é a observação de queda na ocupação de leitos clínicos:

- Temos um cabo de guerra que é a vacinação e as medidas de distanciamento. Nesse momento estamos ganhando a guerra, pois estamos conseguindo diminuir o número de internados - diz Suzi.

- Começamos a caminhar para um momento da pandemia de decisões individuais. É preciso que as pessoas entendam que, sim, aumentam seu risco de se infectar se forem a uma festa com um monte de gente, em ambiente fechado. A principal mensagem é de que aquelas medidas que são possíveis de serem feitas de forma individual devem ser mantidas - completa.

Luciano Goldani, infectologista do Hospital de Clínicas, ressalta que é necessário prudência nas flexibilizações, que avalia estarem sendo feitas de forma abrupta:

- Os ambientes fechados são os que mais preocupam, pois são onde há maior risco de contaminação, ainda tem muita gente se infectando. As flexibilizações nesses ambientes deveriam ser feitas com mais cautela e prudência. Essa questão de retirar o teto de ocupação em lugares fechados poderia ter sido feita de forma mais vagarosa.

LETÍCIA PALUDO.

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