Estados alertam sobre falta de insulina e canetas no SUS

Coluna do Estadão

Secretarias de Saúde de Estados de todo o País alertaram o Ministério da Saúde sobre a baixa qualidade de canetas reutilizáveis de insulina que a pasta comprou da empresa chinesa Zhuhai para tratar diabete no Sistema Único de Saúde (SUS). Antes, canetas de uso único eram o padrão. Das 26 secretarias estaduais, 23 relataram “quebras ou falhas” dos itens.

O grupo alertou ainda para o desabastecimento do estoque de insulina na rede pública. O documento, obtido pela Coluna, foi enviado ao órgão no último dia 20pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Procurado, o Ministério da Saúde disse que orienta profissionais e pacientes sobre o produto, e negou desabastecimento.

QUEIXA.

Na carta, 13 secretarias estaduais disseram ter recebido pedidos para substituir a caneta reutilizável por “quebra, falha ou falta”. O aparelho chinês foi o principal foco das reclamações. Outras 15 secretarias estaduais indicaram risco de desabastecimento da caneta.

MUDANÇA.

Segundo o ministério, o uso de canetas reutilizáveis, compradas da Zhuhai, aconteceu depois que a Novo Nordisk, maior produtora global de insulina, reduziu a produção de canetas descartáveis para focar produtos mais lucrativos, como canetas emagrecedoras.

OUTROS LADOS.

A GlobalX, representante da Zhuhai, disse que a caneta reutilizável foi registrada na Anvisa após “rigorosa avaliação de segurança, funcionalidade e eficiência”. A Novo Nordisk apontou escassez do medicamento no mercado e disse que negocia a entrega de novos estoques de insulina à pasta.