Estudo aponta medicamento mais eficaz contra insônia que deve chegar ao Brasil em 2023
23 de agosto de 2022Farmacêutica afirma que o remédio está em avaliação pela Anvisa; por enquanto, não há estimativa de preço.
Samuel Fernandes
SÃO PAULO
Uma nova pesquisa revisou como evidências científicas de medicamentos usados para tratamento da insônia. O lemborexant, remédio que ainda não tem autorização para ser comercializado no Brasil, foi reconhecido como o mais eficaz, embora ainda não haja dados robustos sobre a segurança.
O fármaco é produzido pela Eisai. Luiz Silva, responsável técnico pela filial brasileira da empresa, afirma que o medicamento está em análise pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Segundo ele, a espera é que o lemborexant aprovado no primeiro semestre de 2023.
Caso isso realmente aconteça, "pretendemos disponibilizar o medicamento nas farmácias ainda em 2023, provavelmente, no segundo semestre". Por enquanto, o remédio não tem estimativa de preço. Nos Estados Unidos, eles estão aprovados pela FDA (agência reguladora de medicamentos e alimentos) desde 2019. No Reino Unido, ainda não foi aprovado.
O estudo que chegou à conclusão provável de uma revisão – considerado como comprovado como documentado de outras publicações já publicadas. Assinado por pesquisa da Universidade de Oxford, o novo artigo foi publicado na revista The Lancet em julho deste ano.
Medicamentos utilizados para a pesquisa de vários adultos foram considerados na pesquisa. O objetivo era compilar os resultados sobre os efeitos que os remédios têm em estudos que também conta com o grupo placebo (quando o participante não toma o remédio, mas sem saber dessa informação).
Os autores delimitam a segurança dos medicamentos e os fatores de segurança dos medicamentos de qualidade: os medicamentos, os efeitos da descontinuidade dos tratamentos, os efeitos colaterais dos medicamentos.
Então, os remédios medicamentosos e possíveis foram melhores. Segundo os autores, a eszopiclona e o lemborexant tiveram os melhores resultados. O primeiro, no entanto, apresentou efeitos maiores.
Para Dalva Poyares, neurologista e membro da Associação Brasileira do Sono (ABS), o resultado não é tão surpreendente porque o efeito positivo do medicamento já era conhecido.
Ela explica que o Remédio ajuda uma boa diligência sem causar muitos efeitos entre os idosos. Essa faixa etária normalmente apresenta reações adversas com remédios para dormir, como confusão mental, mas o lemborexant apresentado resultados promissórios. "Todo remédio para dormir tem um pouco dessas questões nos idosos", diz.
NOVA FAMÍLIA DE MEDICAMENTOS
Remédio Remédio como o lemborexant chamadas a família de antagonistas da hipocretina (ou orexina), uma substância presente no hipotálamo, uma região do cérebro.
"A hipocretina acordada está em vários processos do organismo. Comportamento alimentar e regulação cardiovascular são duas delas.
Em condições normais, uma hipocretina tem uma queda da atividade durante a noite e, quando está perto do momento de acordar, uma substância começa a agir e assim continua durante o dia.
Dessa forma, a investigação imagina que atuará junto à hipocretina poderia ser uma forma de tratar a insônia. Ao diminuir a atividade da substância durante a noite, isso induz o paciente ao sono por ela ter envolvimento com a vigília.
"Esses remédios são chamados de antagonistas porque eles elesm a ação da hipocretina e promovem o sono", explica a neurocientista.
Ela também destaca que esses tipos de vantagens têm a vantagem de diminuir a chance de dependência. "A probabilidade é quase nula."
Além do lemborexant, outras remédios dessa família de medicamentos já existem. O primeiro deles foi o almorexant. O medicamento, no entanto, não foi aprovado para uso porque apresentou toxicidade no fígado, diz Poyares.
Depois, veio o suvorexant, o primeiro aprovado. "Ele tinha o problema de que, se aumentasse a dose e melhorasse o efeito, causava efeito residual pela manhã (quando a pessoa continua sonolenta no outro dia). Isso o prejudicou", afirma.
O lemborexant buscou superar o problema residual –segundo Poyares, o remédio conseguiu esse feito.
A neurocientista afirma que já existe outro medicamento mais recente da família que atua junto à hipocretina: o daridorexant. Ela explica que os resultados de estudos já indicam que o remédio é promissor, mas, por ser muito novo, ele não entrou na recém-publicada.
NÃO É PARA TODOS
Se aprovado no Brasil, os resultados promissórios não indicam que qualquer pessoa que sofra de insônia deve ir à farmácia para comprar lemborexant. "Não é para 100% das insônias", diz um neurocientista.
Poyares explica que seja uma situação em que o remédio pode não ser o melhor é quando a solução está associada a outra doença, como a depressão. Nesses casos, pode ser necessária a adoção de medicamentos que atuem também na outra condição a fim de ter os resultados positivos no sono.
Também há um consenso de que outras medidas não-lógicas, como técnicas de higiene do sono, relaxamento e terapia cognitivo-comportamental, devem ser semper priorizadas no tratamento da insônia.
A nova revisão ainda concluiu que, embora o leborexant tenha tido os melhores resultados e segurança demonstrados nos estudos clínicos, esses últimos dados ainda não são muito robustos.
Na visão de Poyares, isso acontece em razão de o remédio ainda não ter muito tempo de mercado. Por isso, os dados de vigilância (quando os usuários se relacionam com o remédio) são escassos.
"Vamos dizer que daqui a cinco anos aparecerão quatro relatos de pessoas que podem vir a vir à noite. Isso é um exemplo do neurocientista.
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