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Exame de sangue para Alzheimer tem precisão de 91%

30 de julho de 2024
Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo

É o que mostra estudo apresentado nos EUA; para especialistas do Brasil, mais testes são necessários e com outras populações

LEON FERRARI

Um exame de sangue que detecta proteínas relacionadas à doença de Alzheimer apresentou precisão diagnóstica de 91% em um estudo publicado na respeitada revista científica The Journal of the American Medical Association (Jama). O teste superou avaliações tradicionais tanto de médicos da atenção primária, com precisão média de 61%, quanto de especialistas em demência, de 73%.

O teste utilizado é o americano PrecivityAD2, comercializado pela C NDiagnostics, uma startup da Universidade de Washington. No Brasil, ele é oferecido pelo Grupo Fleury e custa R$ 3,6 mil – por ora, não há cobertura dos convênios e não está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Testes de sangue, uma vez que sejam confirmados em grandes populações como sendo mais de 90% precisos e se tornem mais amplamente disponíveis, são uma promessa para melhorar e possivelmente redefinir o processo de recrutamento para ensaios clínicos e a investigação diagnóstica do Alzheimer”, disse Maria Carrillo, diretora científica e líder de assuntos médicos da Alzheimer’s Association. Os resultados foram divulgados em primeira mão no congresso da associação que ocorre na Filadélfia, nos Estados Unidos.

“Vemos isso como um grande passo em direção à implementação clínica global de um exame de sangue para Alzheimer. Os próximos passos incluem estabelecer diretrizes claras sobre como um exame de sangue pode ser usado na prática clínica”, disse o autor sênior do estudo, Oskar Hansson, no congresso. A pesquisa foi realizada como uma colaboração entre a Universidade de Lund, na Suécia, e a C N.

IMPORTÂNCIA.

Para Marco Túlio Cintra, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a pesquisa é importante. “Esse exame já está disponível no Brasil, e ainda faltava validação, ou seja, estudos que mostrassem a eficácia com padrão ouro.

Claudia Kimie Suemoto, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), destaca que o estudo é um avanço na validação do exame de sangue em uma grande amostra clínica. “É um próximo passo da validação”, afirma. Mas ainda é preciso mais para ele ser difundido na rotina dos médicos

Segundo ela, há bastante informação sobre testes de sangue, porém majoritariamente com amostras dos Estados Unidos e da Europa. “Precisamos expandir e fazer isso em amostras da América Latina, da África, da Ásia e ver se são válidos para todos os locais”, ressalta a professora

Ela lembra ainda que, mesmo aplicado por aqui, o teste para Alzheimer não tem uma validação específica que considere os dados da população brasileira.

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