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Farmácias ampliam oferta de produtos para o consumidor

22 de agosto de 2022
Fonte: Jornal do Comércio – RS / Foto: FREEPIK/DIVULGAÇÃO

Karen Viscardi, especial para o JC*

Farmácias reforçam a oferta de serviços para a população. As salas de testes, exames rápidos e vacinação ganham cada vez mais relevância para as redes, que investem em espaços qualificados de atendimento.

O processo se intensificou a partir da pandemia. Com dificuldade de acionarem hospitais e unidades de saúde, as pessoas correram às farmácias, que fazem parte da atenção primária de saúde.

Com a confiança de receberem atendimento qualificado sem hora marcada, mantiveram a farmácia como referência não apenas nas ondas de Covid, mas também nos surtos de H3N2 e de dengue e para outras doenças.

A farmácia deixou, há muito, de ser espaço de vendas de medicamentos, higiene e perfumaria. Cada vez mais, as gôndolas, especialmente as mais próximas dos caixas, têm uma oferta variada de barras de cereal, mix de sementes, chás prontos, água de coco, pé de moleque. E, na área de serviços, é possível acessar serviços de banho domiciliar ou realizar exames por meio de convênios das farmácias com empresas especializadas.

"Os usuários têm reconhecido cada vez mais as farmácias como estabelecimentos de saúde, onde buscam orientação para resolução de seus problemas", explica Hélder Teixeira, diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Para o professor, as farmácias estão voltando a desempenhar funções de maior relevância na saúde das pessoas, como ocorria antigamente. Porém, agora com suporte qualificado de um farmacêutico, que estudou para desempenhar esta função e pode prescrever remédio não tarjado, dependendo do caso, ou orientar esta pessoa a buscar um médico.

Desde 2018 aplicando vacinas, a Panvel vê a procura por este serviço crescer. Em 2021, foram aplicadas mais de 130 mil doses de vacinas e, somente no primeiro semestre deste ano, chegou a 99 mil doses. O volume maior é da gripe, mas tem hepatite e, mais recentemente, herpes zoster, entre outras. "Está por trás disso a capilaridade, a conveniência.

O mercado se amplia com a busca por prevenção", explica Roberto Coimbra, diretor executivo de Operações da Rede Panvel de Farmácia. Hoje, das mais de 550 unidades da rede, 85 têm sala de vacinação, e deve chegar a cem até o final do ano, além de 300 lojas com Panvel Clinic.

Os testes de Covid foram os propulsores da maior procura por serviços em farmácias, especialmente os antígenos. Agora, mesmo com a pandemia arrefecendo, a cultura de buscar a farmácia para estes serviços continua. E as empresas vêm agregando novos testes, assim que aprovam sua viabilidade técnica e econômica.

Na Rede de Farmácias São João, vem aumentando a procura por testagem e também por vacinas. "Podemos ofertar soluções para demandas que não dependem de hospital. A farmácia tem acesso mais fácil e o consumidor já sai com laudo do exame", afirma Roberto Canquerini, gerente de Serviços de Saúde da São João.

A rede conta com mais de 850 consultórios farmacêuticos e 110 salas de vacinação. Trabalham com testes e exames utilizados para triagem de vários problemas de saúde, como perfil lipídico e hemoglobina glicada, cuja procura cresceu. Agora, há pedidos de teste e vacina para varíola dos macacos, o que demonstra a mudança na percepção da sociedade e nas possibilidades que se abrem para o setor, considera Canquerini.

A oferta de serviços da Rede de Farmácias Agafarma segue em expansão. Com Espaço Clínica desde 2017, também viu a procura por testes explodir durante a pandemia, segundo João Hilário, presidente da rede associativa. Mas não foram apenas as suspeitas de Covid que demandaram trabalho, as pessoas continuaram a testar glicemia e aferir pressão, por exemplo.

Nas Farmácias Associadas, o projeto Clínica Associadas começou este ano a ser implementado nas lojas. Nestes espaços, além da medição de pressão e de injeção, que tradicionalmente as lojas disponibilizavam, são oferecidos serviços como testes rápidos de tireoide e glicemia, entre outros.

"A pandemia aproximou as pessoas das farmácias. Os clientes voltaram às origens, a consumir nos bairros e a buscar por serviços", explica Ben Hur Jesus de Oliveira, presidente da rede.

A expansão dos serviços é uma jornada, que começou em 2014, quando a Lei federal 13.021 instituiu que farmácia é uma unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva. Ou seja, as farmácias passaram a ser consideradas estabelecimentos de saúde e não um simples comércio.

Atualmente, a maior parte das unidades inauguradas pelas redes e lojas associadas contam com locais para a realização de testes e vacinação, enquanto as mais antigas vêm sendo remodeladas para oferecer estes atendimentos.

De mix de sementes a banho domiciliar, farmácias ampliam gama de ofertas de serviços

Para as farmácias independentes ou associadas, a oferta de itens que ultrapassam os tradicionais medicamentos é uma alternativa que ajuda a driblar as baixas margens de lucro. É o caso da Rede Agafarma, que comercializa produtos diet e light, de consumo imediato. "Queremos facilitar a vida do cliente, não concorrer com outros setores", afirma João Hilário, presidente da Agafarma.

A Droga Raia investe nestes itens por meio de suas marcas próprias. São linhas cada vez mais diversificadas. "A linha Nutrigood foi reformulada com opções de alimentos que valorizam ingredientes naturais e oferecem sabor e saúde mesmo", detalha Flavio Correia, diretor da RD-RaiaDrogasil. As reformulações e novos produtos foram desenvolvidos respeitando e usando como guia os princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde, de 2014.

A Panvel também usou a estratégia de marca própria para lançar este ano a Nutrabem. Com cunho da sustentabilidade, a rede já pensa em ampliar o portfólio. "Acreditamos na farmácia como espaço de saúde e bem-estar, por isso oferecemos alimentos e bebidas que trazem funcionabilidade e/ou benefício, como livre de glúten, lactose, conservante, ou que seja vegana", exemplifica Roberto Coimbra, diretor do Grupo Panvel.

Na parte de serviços, a Panvel ampliou a oferta por meio de convênios com empresas, que podem ser adquiridos em uma das lojas, no site ou aplicativo. No Laboratório Exame, é possível verificar anemias, doenças virais e de perfil metabólico, entre outros.

Já a Transul Emergências Médicas disponibiliza, entre outros atendimentos domiciliares, banho e cuidados com sonda. E a DNHygia analisa o DNA para avaliar variantes genéticas que estão associadas à nutrição e ao controle de peso.

Já a RD integrou produtos e serviços das farmácias com a plataforma Vitat, um ecossistema de saúde integral com serviços e programas gratuitos com foco em alimentação saudável, saúde mental e mudanças de hábitos. O app oferece serviços especializados como teleconsultas, orientação, diagnósticos e monitorar indicadores e rotinas de alimentação, exercícios físicos, sono e bem-estar.

Redes facilitam acesso do cliente aos produtos com canais de vendas digitais

Os últimos anos foi de expressiva transformação para o segmento de farmácias, com aumento da presença digital e novas formas de atendimento para facilitar a vida do consumidor.

Agora, com a possibilidade de compras por e-commerce e marketplace, seja por site, aplicativo ou WhatsApp, além da loja física, a farmácia se aproximou de seus clientes e o serviço de tele-entrega disparou.

"Foi exponencial o aumento dos serviços de tele-entrega na pandemia", conta João Hilário, da Agafarma. Há mais de um ano, a marca lançou um aplicativo. O e-commerce, disponível para todas as associadas, já estava no planejamento, mas foi acelerado pela pandemia. Hilário explica que o objetivo é implantar um marketplace, mas por ser uma rede associativa não há uniformidade das lojas, além do desafio de fazer com que o associado adira.

A RD-RaiaDrogasil intensificou sua transformação digital, que já estava ocorrendo. "Era preciso agregar ainda mais valor para os clientes, os apps da Raia e da Drogasil, assim como com o e-commerce, se tornaram importantes aliados no nosso negócio", comenta Flavio Correia, diretor de Relações Institucionais da RD-RaiaDrogasil.

O objetivo de transformar as farmácias em hubs de saúde fez com que a RD direcionasse os negócios com o foco do cliente a partir de uma nova percepção para as origens das tradições das farmácias.

Segundo Correia, um exemplo da estratégia foi a criação, durante a pandemia, da Entrega na Vizinhança. Na modalidade, os clientes ligam para a filial da Droga Raia mais próxima para realizar a compra e os produtos são entregues a pé por um atendente da própria farmácia, sem custo. O serviço está disponível em 100% das lojas e deu tão certo que será mantido.

Outro produto lançado também na pandemia, há um ano e meio, foi a RD Marketplace. Trata-se de uma plataforma exclusiva de produtos de saúde, bem-estar e beleza. Recentemente a plataforma atingiu 146 mil produtos à venda e mais de 578 sellers (vendedores parceiros).

Já a Panvel colocou em operação há pouco mais de um mês o seu marketplace, com proposta diferenciada. Hoje, tem mais de 300 itens complementares disponibilizados apenas nas plataformas digitais, além dos produtos que tradicionalmente a rede comercializa. A expectativa é passar de 15 mil SKUs (Unidade de Manutenção de Estoque) para mais de 100 mil SKUs.

Crescimento de marca própria é reforçado com lançamentos

As marcas próprias das redes de farmácias cresceram 36% de janeiro a maio deste ano na comparação ao mesmo período de 2021. O resultado é impulsionado pelo investimento das empresas no lançamento de novas categorias de produtos e pela inflação, que faz o consumidor buscar produtos mais em conta.

O levantamento é da Nielsen para a Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro). O investimento neste tipo de produto ajuda a melhorar a margem de lucro e a reduzir o impacto da falta de alguns produtos nas gôndolas.

A pioneira no país foi a rede Panvel, que desenvolveu os primeiros produtos com sua marca em 1989. Hoje, conta com mais de 900 produtos, incluindo maquiagem, proteção solar, ortopédicos, vitaminas, infantis e cuidados masculinos, que representam cerca de 9% das vendas totais da varejista e 20% da comercialização de higiene e beleza.

"Com o lançamento do marketplace, a expectativa da companhia é que haja uma potencialização de crescimento para estas vendas, o que ainda pode ser favorecido pela regulamentação dos medicamentos de marca própria pelas autoridades brasileiras", comentou Julio Mottin Neto, CEO do Grupo Panvel.

A RaiaDrogasil (RD) tem mais de 600 itens em seis marcas próprias: Needs, Vegan by Needs, Nutrigood, Caretech, Raia e Drogasil. Os principais estão concentrados na marca Needs, que oferece itens de primeiros socorros, higiene pessoal, beleza, além de fraldas infantil e adulto, absorventes femininos, lenços umedecidos, máscaras, álcool gel, entre outros.

"Os produtos de marca própria têm tido uma ótima aderência por parte dos nossos clientes, eles sabem onde encontrarão produtos exclusivos com qualidade, preço justo e um portfólio em constante expansão e modernização", diz Flavio Correia, diretor de Relações Institucionais da RD.

A rede de Farmácias Associadas também oferece uma gama de produtos de marca própria desde 2006 como ferramenta para melhorar a rentabilidade de seus associados. Hoje, são 128 itens distribuídos em 13 linhas: cosméticos, fraldas geriátricas, infantil, materiais de ambulatório. E o carro-chefe, a linha Revitart Solar, está revitalizando alguns itens em comemoração aos 15 anos da marca.

"Entendemos que é muito importante porque fideliza o cliente. Estamos sempre pesquisando novos itens. Temos, inclusive, um comitê de marca própria que trabalha na manutenção, na revitalização e desenvolvimento de produtos", explica Ben Hur Jesus de Oliveira, presidente das Farmácias Associadas.

Com mais de cem itens, divididos em cerca de 50 linhas de produtos, a rede Agafarma também considera a marca própria estratégica para conquistar o consumidor. Além disso, detalha o presidente João Hilário, a Agafarma trabalha também com marcas exclusivas, onde oferece uma ampla gama de suplementos.

Apenas a venda de itens farmacêuticos cresceu em junho

As vendas no varejo caíram 1,4% em junho, segundo mês seguido de queda. A única atividade que cresceu frente ao mês anterior foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,3%). Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"Nesse segmento, o aumento é ligado aos artigos farmacêuticos e reflete a alta nos preços dos medicamentos. Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras", analisa gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Nas Farmácias Associadas, o crescimento nominal até julho ficou em torno de 20%, acompanhando o mercado. Para o presidente da rede, Ben Hur Jesus de Oliveira, o desempenho é ao atendimento e as ferramentas desenvolvidas para dar subsídios na gestão das lojas.

"Por serem proprietários, conhecem a comunidade, o cliente, sua realidade e necessidades", considera. Sobre a inflação, Oliveira afirma que impacta, mas em menor grau pois os produtos vendidos na farmácia são de primeira necessidade.

Na Agafarma, os aumentos em itens como perfumaria impactaram as vendas, até porque o poder de compra do consumidor está limitado, segundo João Hilário, presidente da rede. Já os medicamentos, cujos preços são regulados pelo governo por meio da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), com reajuste anual, tiveram autorização de até 10,89% de reajuste a partir de 1° de abril.

A queda na renda não afetou as vendas de uma das mais importantes categorias de produtos da RD, que detém a marca Droga Raia e Drogasil, esta última não tem unidades no Estado.

Perfumaria e cosméticos, que representa de 22% a 25% das vendas da empresa, cresceu 18,7% no segundo trimestre, na comparação ao mesmo período do ano anterior. Para Flavio Correia, diretor, a explicação é que as pessoas se cuidam cada vez mais e estão muito atentas aos produtos de cuidados com a aparência e o bem-estar. Para o segundo semestre, a expectativa é retomar as vendas do período pré-pandemia.

A inflação representa um desafio em termos de custos para todo o varejo - inclusive para os clientes, que ficam com o bolso mais apertado. "Estamos com ações importantes tanto no controle de custos quanto na gestão de mix de produtos mais acessíveis. Medicamentos representam 65% do faturamento da Panvel", detalha Julio Mottin Neto, CEO da Panvel.

Comparando o primeiro trimestre deste ano com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 19% nas vendas de medicamentos, especialmente em janeiro, em razão do pico de Covid-19.

A volta das pessoas às escolas e ao trabalho está movimentando uma série de outras categorias de medicamentos, que eram menos consumidos quando as pessoas estavam em casa, como aqueles para gripe, rinite e viroses.

Já a categoria Higiene e Beleza teve crescimento de 14,9% em relação ao primeiro trimestre de 2021. Destaque para a performance dos produtos Panvel, além de categorias como produtos para o corpo ( 37,7%), tratamento facial ( 18,4%), cabelos ( 19,2%), alimento ( 30,2%) e maquiagem ( 41,3%).

Apesar do cenário externo e do ambiente interno pressionado pela inflação, a expectativa do Grupo Panvel é de ganhos de margem em relação a 2021.

Investimentos priorizam expansão, digitalização e serviços

Os investimentos das redes de farmácias têm como foco expansão da rede, ampliação da oferta de serviços e digitalização cada vez maior das operações. A digitalização da saúde, por sinal, é o ponto focal da estratégia de negócios da RD-RaiaDrogasil, que já investiu nessa área em diversas frentes. Um dos exemplos que a RD trouxe para o mercado foi justamente a plataforma Vitat.

"O foco está na melhoria da experiência do cliente. Queremos aperfeiçoar o look & feel (ver e sentir) do aplicativo para proporcionar uma jornada de compra única e simples, com a mesma facilidade que os clientes encontram em nossas lojas, porém com tudo o que precisa na palma da mão", conta Flavio Correia.

Sobre investimentos, Julio Mottin Neto, CEO do Grupo Panvel explica que a empresa prevê chegar a R$ 6 bilhões de faturamento e 800 lojas até 2025, o que concretiza o plano traçado em 2020, de dobrar de tamanho.

"Além da expansão física e do reforço de sua operação digital, a rede tem como uma de suas estratégias a ampliação dos serviços Panvel Clinic, que estende o papel da farmácia no cuidado com a população, contribuindo especialmente para monitoramento do seu tratamento e/ou para prevenção de doenças", detalha o executivo.

A estratégia da Farmácias Associadas para manter e ganhar mercado este ano é consolidar a expansão para outros estados, iniciada em 2018 com Mato Grosso do Sul (MS). Hoje são quase 1,1 mil lojas no país, a maioria no Rio Grande do Sul. São 90 em MS, 25 em Goiás e seis lojas nFo Sul de Santa Catarina, onde a operação está começando. Aliás, no Estado vizinho o esforço para ampliar o número de lojas está sendo reforçado. Em julho, a rede oficializou a expansão Santa Catarina, com um evento em Tubarão para atrair empresários a se associarem à cooperativa.

Na Agafarma, os investimentos têm como foco duas áreas: aperfeiçoamento de colaboradores e lojas físicas, com remodelação de unidades e expansão do número de lojas nos três Estados do Sul: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O objetivo até o final de 2023 é crescer 20%. E a meta já está sendo colocada em prática. No primeiro semestre, foram abertas cerca de 20 lojas, conta o presidente, João Hilário.

O que esperar das farmácias do futuro

Como será a farmácia do futuro é tema de exercício diário dentro das redes do setor. Afinal, o planejamento começa muito antes de as empresas lançarem novidades – seja no atendimento, na oferta de produtos e serviços ou nos canais de vendas. Isso em períodos normais, porque a pandemia antecipou tendências e impôs uma aceleração no desenvolvimento de soluções, o que ajudou a fortalecer o varejo de farmácias.

“Vislumbro a farmácia como primeira opção da pessoa na hora de resolver problemas de saúde menores, como rastreamentos. Será um hub de saúde, com serviços médicos, psicológicos, de enfermagem e farmacêuticos para a população acessar a preços mais acessíveis”, considera Roberto Canquerini, gerente de Serviços de Saúde da Rede de Farmácias São João.

Na avaliação do executivo, o modelo deve ser parecido com o dos Estados Unidos, onde a pessoa busca primeiro a farmácia e só acessa o hospital se houver maior complexidade ou for detectado situação atípica, que necessite de serviços especializados.

Na Agafarma, a aposta do presidente João Hilário é a relação com o consumidor, e ele considera que a rede sai na frente nesse quesito. “Nas nossas quase 500 lojas no Rio Grande do Sul e Santa Catarina temos a presença do proprietário, que traz segurança, carinho, afeto e cordialidade. Atraímos e cuidamos dos nossos clientes”, afirma Hilário.

Roberto Coimbra, diretor executivo de Operações da Panvel, conta que o grupo projeta o futuro com olhar centrado na experiência do cliente. “Estamos sempre exercitando isso, viajando muito, olhando fora, vendo onde posso economizar tempo, tornar menos complexa a compra de produto.”

E, por meio do Panvellabs, laboratório de inovação do grupo, desenvolvem soluções não só dentro da empresa, mas por meio de startups.

Conhecer o consumidor é um dos propósitos prioritários da Panvel. A rede trabalha para reunir dados do cliente e ser relevante, com o cuidado para não ser invasivo ou levar informações que não interessam. Essa comunicação já está ocorrendo.

Quando uma pessoa compra um remédio de uso contínuo, por exemplo, pode ser avisada quando o medicamento está no final. Essa possibilidade ocorre após uma compra, que permite captar e interagir de maneira relevante, conta Coimbra.

Para a RD, o papel da farmácia vai além de um ponto de distribuição. “Entendemos que nossas farmácias são hubs de saúde essenciais para momentos como este que atravessamos (Covid-19), tanto no presencial quanto em canais digitais, que fecharam 2021 representando cerca de 10% das vendas no varejo”, detalha Flavio Correia, diretor de Relações Institucionais da RD-RaiaDrogasil.

A rede considera os pontos físicos essenciais para entrega de proposta de valor para os clientes, até porque mais de 80 % das nossas interações digitais passam pela farmácia.

O executivo da RD destaca o papel dos 10 mil farmacêuticos da rede, que oferem acolhimento e expertise para os clientes se sentirem seguros e confiantes para os cuidados com a saúde, seja na prevenção ou no tratamento das doenças. O futuro, segundo Correia, será norteado pelas principais iniciativas voltadas à concretização da ambição 2030 da RD: tornar-se o grupo que mais contribui para uma sociedade mais saudável no Brasil.

Para Hélder Teixeira, diretor da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a farmácia do futuro deve obrigatoriamente integrar novas tecnologias. O professor cita a prescrição eletrônica, adotada na pandemia, como um avanço no sentido de evitar erros de prescrição e dispensação, em prol da segurança do paciente. Outra inovação é a telefarmácia, recentemente regulamentada pelo Conselho Federal de Farmácia.

“A telefarmácia deve contribuir nos processos da farmácia clínica, por meio de uso de tecnologia da informação e de comunicação, podendo contribuir na adesão ao tratamento, na resolução de problemas da farmacoterapia e para o uso racional de medicamentos”, afirma Teixeira.

E já estudos sobre este serviço. Um grupo de pesquisadores da Faculdade de Farmácia avalia a efetividade do acompanhamento com telecuidado farmacêutico de pacientes com asma no Centro Colaborador de Serviços Farmacêuticos.

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