Genérico e estética vão alavancar vendas da Cimed
03 de março de 2023A receita líquida avançou 22,5% em 2022, para R$ 1,94 bilhão.
Por Stella Fontes — De São Paulo
Depois de ver a receita líquida avançar 22,5% em 2022, para R$ 1,94 bilhão, a Cimed quer seguir crescendo o dobro do mercado neste ano, com uma estratégia que combina mix de vendas de maior valor e aposta reforçada em medicamentos genéricos, que já são relevantes em seu portfólio, e estética, uma das novidades a caminho.
Terceiro maior do setor em volume de vendas, o grupo vai acelerar o lançamento de novas moléculas, especialmente em sistema nervoso central, e estrear em ácido hialurônico, com foco em clínicas e consultórios. “Seguimos com o plano de lançar no mínimo 50 produtos”, diz o presidente e sócio da farmacêutica, João Adibe Marques. A linha de ácido hialurônico chegará a mercado no segundo semestre, com foco em estética - o ativo tem sido cada vez mais usado para preenchimento e sustentação da pele.
“Vamos testar o mercado de clínicas e consultórios com essa linha, que vai ser uma grande alavanca de resultados”, avalia o executivo. Até agora, o foco da Cimed esteve em crescimento orgânico, tanto de capacidade industrial quanto de portfólio.
O recente investimento de R$ 300 milhões em uma nova fábrica preparou o grupo para acelerar o lançamento e a produção de novos medicamentos. Mas, com a musculatura que os negócios têm hoje - a meta para 2023 é chegar a R$ 3 bilhões de receita bruta -, aquisições, de linhas de produtos ou de outras empresas, ganham sentido estratégico. “Queremos manter o índice de inovação, mas dobramos de tamanho.
Esse é o principal desafio”, afirma Marques. Em medicamentos, o índice ficou em 15% no ano passado. Em consumo, chegou a 11,1%. Outro desafio será garantir os mesmos níveis de retorno.
No ano passado, a Cimed teve margem bruta de 52,4%, apesar da maior pressão de custos, e retorno sobre o capital empregado (Roce) ajustado de 40,7%, para resultado operacional (Ebitda) ajustado de R$ 479 milhões (+18,9%) e lucro líquido de R$ 268 milhões (+4,9%).
Via mix de produtos, a farmacêutica tem buscado margens melhores e não apenas volume de vendas, o que já se refletiu em aumento de preço líquido. Com marcas líderes em seus segmentos, como Cimegripe e a linha de vitaminas Lavitan, a Cimed tem investido valores crescentes em marketing para alçar outros produtos à condição de mais vendidos.
Segundo o diretor financeiro do grupo, José Roberto Lettiere, enquanto o avanço da margem bruta foi proporcionado pelo mix com foco em maior valor, o retorno medido pelo Roce tem sido elevado para os padrões da indústria, a despeito do investimento na nova fábrica, por alguns fatores.
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