Abrafarma Logo
Área
Restrita
Abrafarma Logo

Genéricos crescem mais do que o mercado total pelo segundo ano consecutivo

03 de janeiro de 2022
Fonte: Jornal Valor Econômico – SP

Em 12 meses terminados em novembro, o volume comercializado cresceu 6,57%, no comparativo com o mesmo período de 2020.

Por Ana Paula Machado, Valor — São Paulo

As fabricantes de genéricos vivem um bom momento pelo segundo ano consecutivo. Com a queda da renda da população brasileira, esse tipo de medicamento foi a alternativa para manter o tratamento de doenças como pressão alta e diabetes. Em 12 meses terminados em novembro, o volume comercializado cresceu 6,57%, no comparativo com o mesmo período de 2020.

Foram 1,736 bilhão de unidades de genéricos vendidas no varejo farmacêutico do país, 107 milhões de unidades a mais que o verificado no ano anterior, segundo dados do IQVIA, empresa que audita o varejo farmacêutico no país.

De acordo com os dados, os genéricos cresceram quase o dobro do mercado farmacêutico total, que registrou 3,91% de expansão em unidades nos últimos 12 meses móveis. “Os dados confirmam mais uma vez que os genéricos são o motor de crescimento da indústria e o principal instrumento de acesso a medicamentos no país”, diz Telma Salles, presidente da PróGenéricos.

Segundo ela, a participação dos genéricos nas vendas do mercado total chega a 36%, se contabilizar os negócios no segmento institucional, a fatia dos genéricos chega a 50%.

“Nesses dois anos, as empresas conseguiram entregar os seus produtos e não desabasteceram o mercado. Apesar de tudo, os genéricos conseguiram crescer mais que o mercado total. Dos 20 medicamentos mais prescritos no país, 15 são genéricos.” Salles ressaltou, ainda, que o crescimento dos genéricos frente aos medicamentos de referência foi ainda mais acentuado. Este segmento registrou expansão de apenas 2,23% no período analisado.

“Com descontos atrativos em relação aos medicamentos inovadores, os genéricos se tornaram o porto seguro dos consumidores para manter em dia os tratamentos, preservando orçamento familiar, neste momento de queda da massa salarial e alta de desemprego”, avalia Salles. “A economia proporcionada aos consumidores desde que os genéricos chegaram ao mercado em 2000 já soma R$ 202 bilhões, considerando apenas o desconto de 35% previstos em lei para este tipo de medicamento.”

Dentre os produtos mais vendidos nesses 12 meses, o anti-hipertensivo losartana, o analgésico dipirona sódica e o diurético hidrocloritiazida se destacam no período, de acordo com os dados. Além disso, um dos segmentos de destaque no acumulado até novembro no canal farmácia foi o de medicamentos para controle do colesterol.

Os genéricos cresceram 8,42% neste estrato, enquanto os medicamentos de referência encolheram 1,03%. Os genéricos também experimentaram forte crescimento no segmento de antidepressivos, com expansão de 14,65%, contra crescimento de 0,47% nos medicamentos de referência.

Para 2022, Salles acredita que o segmento deve manter o desempenho, pois, há fatores que podem estimular as vendas de genéricos. Como o lançamento de moléculas que era protegidas pelo parágrafo único do Artigo 40, da Lei de Patentes, que foi derrubado este ano e pode estimular o desenvolvimento de novos medicamentos.

“Estamos em um ambiente seguro do ponto de vista jurídico. A insegurança não permitia as empresas apostarem no escuro. Acredito que a próxima década será muito positiva para a população e para as empresas com a possibilidade de aumento do portfólio de genéricos no país.”

Você é jornalista? Participe da nossa Sala de Imprensa.

Cadastre-se e receba em primeira mão: informações e conteúdos exclusivos, pesquisas sobre a saúde no Brasil, a atuação das farmácias e as principais novidades do setor, além de dados e imagens para auxiliar na produção de notícias.

Vamos manter os seus dados só enquanto assim o pretender. Ficarão sempre em segurança e a qualquer momento, pode deixar de receber as nossas mensagens ou editar os seus dados.