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Número de crianças que não precisam emagrecer tentando perder peso triplicou nos últimos 20 anos

20 de julho de 2022
Fonte: Jornal O Globo – RJ

Entre jovens com sobrepeso, o número quadruplicou e, com obesidade, duplicou no período; tendência entre aqueles com IMC normal preocupa especialistas.

Por O GLOBO — São Paulo

O número de crianças saudáveis ​​que opta por fazer dieta triplicou nas últimas duas décadas. A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. O estudo constatou também que o número de crianças com sobrepeso tentando emagrecer quadruplicou, enquanto o de jovens obesos duplicou no mesmo período.

Para os pesquisadores, o aumento no número de crianças com sobrepeso e obesidade tentando emagrecer é considerado um "sucesso" . Por outro lado, as tentativas entre jovens com índice de massa corporal saudável ​​"levantam preocupações".

Especialistas da Universidade de Oxford chegaram a essa conclusão após analisarem dados de cerca de 34 mil crianças, de oito a 17 anos, que participaram da Pesquisa de Saúde da Inglaterra. A equipe analisou oito ondas da pesquisa nacionalmente representativa entre 1997 e 2016, que questiona os jovens sobre seus hábitos de saúde.

Durante as entrevistas, foi perguntado: 'No momento, você está tentando emagrecer, tentando ganhar peso, ou não está tentando mudar de peso?'. Os resultados, publicados na revista Archives of Disease in Childhood, mostram que mais de um quarto das crianças (26,5%) estavam tentando perder peso em 2016. Em 1998, eram 21,5%.

Entre aquelas com um IMC considerado saudável, a proporção das que queriam emagrecer saltou de 5% quando o estudo começou em 1997 para 14% em 2016. Entre as crianças com excesso de peso, a taxa de tentativas de perder peso quadruplicou no período de duas décadas, de 9% para 39%. As obesas apresentaram o menor aumento, com o número dobrando de 33% para 63%.

Segundo os pesquisadores, houve um aumento acentuado nas tentativas de perda de peso entre as crianças a partir de 2011-2012. Isso coincidiu com o feedback dos pais sobre o peso de seus filhos como parte do Programa Nacional de Medição de Crianças (NCMP), que pesa e mede os alunos na escola.

“O aumento dos esforços para perder peso entre crianças com sobrepeso ou obesidade pode implicar algum sucesso em comunicar a importância do controle de peso a esse grupo”, escreveram os pesquisadores.

Por outro lado, eles afirmam que o aumento do número de crianças saudáveis que faz dieta é preocupante e alertam que "é necessária maior atenção para direcionar as mensagens de controle de peso adequadamente".

No geral, a proporção de crianças tentando perder peso foi maior entre as mais velhas – uma em cada três crianças de 13 a 17 anos, em comparação com uma em cada cinco crianças de oito a 12 anos. A proporção de crianças tentando perder peso foi maior entre as meninas (60%) do que entre os meninos (40%). Mas o aumento ao longo do tempo foi significativo apenas para os meninos, disseram os pesquisadores.

A obesidade infantil é um problema no mundo todo. No Reino Unido, uma em cada três crianças está com sobrepeso ou obesidade e isso só aumentou durante a pandemia. No Brasil, um estudo encomendado pelo Ministério da Saúde mostrou que uma em cada 10 crianças brasileiras de até 5 anos está com o peso acima do ideal. Destas, 7% estão com sobrepeso e 3% com obesidade. Acima de cinco anos de idade, a taxa de obesidade entre crianças e adolescentes sobe para 15%.

O excesso de peso na infância é uma questão de saúde pública. A obesidade infantil aumenta o risco de doenças crônicas e graves, como se tornar um adulto obeso, aumento da probabilidade de diabetes tipo 2 na infância e na idade adulta, apneia do sono, asma, esteatose hepática, doença cardiovascular, colesterol alto, cálculos biliares, intolerância à glicose e resistência à insulina e até mesmo demência.

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