Pular o café da manhã está associado a maior risco de transtorno de ansiedade em crianças
24 de agosto de 2022Organismo não consegue recuperar o déficit de nutrientes essenciais ao cérebro, como os provenientes de laticínios e cereais, sugerem pesquisadores.
Crianças e adolescentes que pulam o café da manhã, ou fazem a refeição longe de casa, estão em maior risco para problemas de saúde mental e comportamental, mostra um estudo publicado na revista científica Frontiers in Nutrition.
Conduzido por pesquisadores da Universidade de Castilla-La Mancha e da Universidade de Zaragoza, ambas na Espanha, e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, o trabalho analisou o impacto da primeira alimentação do dia em sintomas de ansiedade, baixa autoestima e piora do humor.
"Nossos resultados sugerem que não é apenas importante tomar o café da manhã, mas também onde os jovens comem o café da manhã e o que comem. Pular o café da manhã ou tomar o café da manhã fora de casa está associado ao aumento da probabilidade de problemas comportamentais psicossociais em crianças e adolescentes”, diz o autor do estudo José Francisco López-Gil, pesquisador da Universidade de Castilla-La Mancha, em comunicado.
Os responsáveis pelo trabalho analisaram dados do Questionário Nacional de Saúde da Espanha, realizado em 2017. As perguntas incluíam temas como hábitos relacionados ao café da manhã e relatos sobre a saúde psicossocial. As informações foram preenchidas pelos pais de 3.772 crianças com idades entre 4 e 14 anos.
Analisando as respostas, os pesquisadores identificaram que tanto não comer o café da manhã, como fazê-lo longe de casa, foram prejudiciais para a saúde do jovem. Eles acreditam que há duas explicações para o problema.
A primeira é em relação ao déficit nutricional, uma vez que os que pulam a refeição podem não conseguir recuperar os nutrientes necessários durante o dia. Além disso, as opções de alimentos fora de caso são geralmente menos nutritivas.
Neste sentido, os cientistas também observaram que alguns alimentos e bebidas, como café, leite, chá, chocolate, cacau, iogurte, pão, torrada, cereais e doces estavam associados a um melhor desempenho psicossocial. Já ovos, queijo, presunto e ultraprocessados elevaram os riscos para queixas de saúde.
A segunda explicação para os impactos negativos de se pular o café de manhã ou não fazer a alimentação em casa está relacionada ao fator social da refeição. Os pesquisadores explicam que situações como o apoio e a interação social com a família durante o momento podem exercer um papel nos benefícios mentais constatados entre os mais jovens.
"O fato de que tomar café da manhã fora de casa está associado a maiores problemas de saúde psicossocial é um aspecto novo do nosso estudo. Nossas descobertas reforçam a necessidade de promover não apenas o café da manhã como parte de uma rotina de estilo de vida saudável, mas também que ele deve ser consumido em casa.
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