"RS tem grandes consumidores de hidrogênio"
24 de outubro de 2025acerto de contas
Giane Guerra
Entrevista
Gilney Bastos
Presidente da White Martins e da Linde na América do Sul
Recém inaugurando sua nova fábrica no Rio Grande do Sul, a White Martins já cogita construir uma indústria de hidrogênio verde (H2V) no Estado, que considera um dos mais competitivos. O presidente Gilney Bastos, que também comanda a Linde na América do Sul, falou ao programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha.
Como são usados os gases produzidos na fábrica?
Nossos produtos são usados nos fornos da Verallia, onde fazem a combustão do material para gerar o vidro que será moldado em garrafas. O oxigênio serve para aumentar o poder calorífico. Existe a queima tradicional só com o ar, mas quando injetamos mais oxigênio, ela é acelerada.
Qual a importância do mercado gaúcho
Para cada tipo de indústria, temos uma aplicação específica de gases. E o Estado é um grande motor da produção industrial do país. Temos muita demanda, principalmente no polo petroquímico e nas metalúrgicas de Caxias do Sul. Estamos reforçando a atuação de CO2 para gaseificar bebidas da Coca-Cola. Usamos energia limpa gerada em um complexo eólico no Rio Grande do Sul. E temos alguns projetos de hidrogênio verde desenvolvidos com o governo do Estado.
Queremos saber mais sobre isso...
Assinamos memorandos com o Rio Grande do Sul. Não saímos assinando com todo mundo, só onde há competitividade, porque é uma disputa global. Vemos o Estado bem posicionado, com forte apoio do governo em estratégia para uma proposta vencedora. Atrasou um pouco com a guerra da Rússia, que gerou situações emergenciais.
É possível uma fábrica de H2V aqui?
Lançamos uma primeira planta menorzinha há dois anos em Pernambuco. A demanda foi muito boa. Agora, estamos fazendo a segunda em Jacareí (SP). Uma indústria de vidro que usa bastante hidrogênio consumirá 20% da produção. Tendo demanda, faremos novos investimentos, e o Rio Grande do Sul é um dos Estados mais competitivos.
Caxias do Sul e Bento Gonçalves são grandes consumidoras de hidrogênio e existe um apelo de sustentabilidade. É bem provável que uma das próximas plantas nossas seja por aí. Devemos rodar no final do ano que vem, mas a estratégia da White Martins é se posicionar como o fabricante de hidrogênio verde mais competitivo. Faremos em conjunto com diversos setores, com joint ventures, pois não temos geração da energia eólica, a parte do porto, do navio. Entramos com a capacidade de investimento e tecnológica para operar a planta.
Quais outros mercados em potencial? Fertilizantes? Máquinas agrícolas?
Sim, fertilizantes. Vemos muito em trem, ônibus e caminhão, mas também faz muito sentido para máquinas agrícolas, porque hidrogênio é robusto.
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