Substância do veneno de cobras brasileiras tem efeito contra pressão alta, revela novo estudo
08 de dezembro de 2023Descoberta das toxinas pode dar origem a medicamentos com menos efeitos colaterais
Pesquisadores da Unifesp e do instituto Butantan, com o apoio da Fapesp, encontraram no veneno da jararaca-de-barriga-preta, do Sul do Brasil, e da surucucu, presente em florestas da América do Sul, peptídeos (fragmentos de proteína) com possível ação anti-hipertensiva que podem dar origem a medicamentos contra condição e com menos efeitos colaterais.
Batizado de Bc-7a, identificado no veneno da jararaca-de-barriga-preta, também conhecida como Cotiara, apesar de fazer parte de uma proteína que causa hemorragia nas presas da serpente, sua função está mais próxima a de inibir a enzima conversora da angiotensina (ACE) e, com isso, reduzir a pressão arterial.
Por mais que já existam medicamentos que realizem a função de inibir a enzima, pesquisadores buscam novos tratamentos para reduzir os efeitos colaterais do tratamento, como tosse seca, tonturas e excesso de potássio no sangue.
No estudo da peçonha da surucucu, o que mais chamou a atenção dos pesquisadores foi o fragmento nomeado Lm-10a, assim como o encontrado na outra cobra, ele é um fragmento de toxina hemorrágica, com potencial de inibir a enzima conversora de angiotensina e, consequentemente, ter um possível efeito anti-hipertensivo.
A partir das análises, os pesquisadores sugerem que tanto Lm-10a, da surucucu, quanto Bc-7a, da cotiara, são frutos de processos de fragmentação que ocorrem durante a maturação do veneno, ainda nas glândulas de peçonha das serpentes.
Os pesquisadores, entretanto, ressaltam que são necessários outros estudos para verificar o real potencial dos peptídeos encontrados.
“A despeito do avanço das tecnologias de sequenciamento e da geração de grandes quantidades de dados nos anos recentes, um vasto universo de peptídeos e seus papéis biológicos ainda estão para ser descobertos.
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