Varejo paulista prevê desaceleração em 2025

FecomercioSP prevê alta de 5% para este ano, ante crescimento de 9,3% no ano passado

Por Rafael Vazquez  — De São Paulo

O varejo paulista vai terminar 2025 com desaceleração em relação a 2024, mas deve encerrar o ano com crescimento de 5%, de acordo com levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No ano passado, a expansão das receitas do setor no Estado foi de 9,3%, quando alcançou o faturamento bruto de R$ 1,42 bilhão, o mais alto da série histórica.

Na visão dos economistas da FecomercioSP, a projeção é resultado de uma conjuntura complexa, marcada por elementos positivos ao mesmo tempo em que há desafios significativos.

Entre os elementos positivos, segundo a FecomercioSP, está o mercado de trabalho aquecido, que mantém as famílias consumindo e exerce impactos sobre a renda média, com desemprego em baixa e renda ainda crescendo. O movimento de desaceleração da inflação é outro aspecto positivo observado pela FecomercioSP. O IPCA em 12 meses ficou em 4,68% em outubro, ante 5,17% em setembro - o teto da meta buscada pelo Banco Central é 4,5%.

Por outro lado, a taxa básica de juros em 15% é considerada muito alta pela entidade e encarece o crédito, o que tem impactos negativos sobre investimento e consumo de bens duráveis. Além disso, a FecomercioSP destaca que as incertezas fiscais prejudicam o ambiente de negócios.

A entidade também observa que, embora a expectativa seja de crescimento de 5% para o varejo paulista em 2025, o desempenho é marcado por diferenças importantes entre o primeiro e o segundo semestre.

“Nos primeiros três meses do ano, o varejo paulista cresceu 9%, impulsionado por lojas de roupas e, sobretudo, vendas de automóveis. No trimestre seguinte, confirmando essa fase positiva, o setor expandiu 7%, dessa vez com um salto dos supermercados e a manutenção do vestuário”, diz a FecomercioSP. “No terceiro trimestre, porém, as lojas de móveis retraíram 7%, enquanto peças de veículos, que estavam em alta expressiva nos meses anteriores, caíram 1%.”