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Venda dos Correios precisa evitar os erros da Argentina

07 de julho de 2021
Fonte: Jornal Zero Hora – RS

Os laços entre Brasil e Argentina renderam expressões como "efeito Orloff" em referência a movimentos de um país que antecedem eventos em outro. O auge foi nos anos 1990, mas uma curiosa coincidência voltou a acender o alerta para o risco de "ser você amanhã".

Na véspera do anúncio oficial da privatização dos Correios no Brasil, foi decretada a quebra da empresa privada que assumiu o serviço na Argentina em 1997. Se há um benefício possível nessa história é aprender com os erros dos outros. Na segunda-feira, a juíza Marta Cirulli decretou a falência do Correo Argentino, cuja controladora é a empresa Socma, da família do ex-presidente Mauricio Macri.

O motivo é a cobrança de uma dívida do Correo Argentino com o Estado estimada em US$ 300 milhões. Em 2003, na presidência de Néstor Kirchner, a entrega de correspondências voltou a ser estatizada. Agora, Macri acusa a administração de Alberto Fernández - que tem Cristina Kirchner, viúva de Néstor, como vice-presidente -, de "perseguição política".

Embora o impasse argentino tenha alta carga política e não afete o serviço, que voltou a ser prestado pelo Estado, compõe o quadro de insegurança jurídica que minou a imagem do país e, por consequência, a qualidade de vida dos cidadãos.

As primeiras informações sobre a privatização dos Correios no Brasil sugerem pressa: o leilão seria já em março de 2022. Se é certo que é preciso tirar o atraso de um processo conduzido até há pouco em banho-maria, também é necessário garantir um modelo sólido, que evite problemas como o enfrentado agora pelo país vizinho.

Para permitir leilão no primeiro trimestre do próximo ano, o governo pressiona por uma aprovação veloz do projeto 591/2021, já nas próximas semanas, o que já deu margem para os críticos acusarem o Ministério da Economia de tentar "passar a boiada". Não é a mesma coisa, mas é importante que também não pareça ser. O essencial é não deixar esqueletos no armário que depois terão de ser enfrentados pelos contribuintes - como sempre.

MARTA SFREDO.

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