Queda de vacinação entre crianças no Brasil e o papel do farmacêutico
10 de agosto de 2020Vacinação - Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a cobertura vacinal em crianças segue caindo de forma preocupante no Brasil desde 2017. De acordo com um estudo da Fiocruz, 238 milhões de doses de vacinas foram aplicadas naquele ano, contra 225 milhões em 2018 e 205 milhões no ano passado, uma baixa de 13%. E a pandemia tende a agravar ainda mais essas estatísticas.
Para o biólogo da Fiocruz Kiyoshi Fukutani, que coordenou o estudo, o mais assustador foi verificar que as vacinas que caem são as pediátricas, enquanto que algumas para adultos apresentam altas taxas. Entre as imunizações para o público infantil que apresentaram baixa estão a de meningite, tétano, difteria, coqueluche e hepatite. Uma das hipóteses levantadas pela pesquisa está relacionada ao movimento antivacina. O grupo constatou que as buscas na internet por informações do movimento aumentaram no período em que a cobertura vacinal caiu.
Papel do farmacêutico
As vacinas são cruciais para proteger a saúde pública globalmente e os farmacêuticos podem desempenhar um papel importante na educação sobre a importância das imunizações. Segundo reportagem do portal Drug Topics, a Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou o movimento antivacina como uma das dez ameaças globais deste ano.
“Os farmacêuticos devem educar as famílias sobre as consequências negativas da recusa de vacina para a saúde. Como alguns dos profissionais mais próximos da população, eles também podem desempenhar um papel importante no aumento das taxas de imunização contra influenza, principalmente entre as mulheres grávidas”, destaca Cassyano Correr, coordenador do programa de Assistência Farmacêutica Avançada da Abrafarma.
Benefícios superam riscos
Os benefícios geralmente superam os riscos quando se trata de vacinas, afirma Mary Malek, farmacêutica especializada em HIV que atua em Nova York. “Como farmacêuticos, devemos continuar recomendando vacinas para todos os nossos pacientes. Para combater o movimento antivacinação, precisamos usar lógica e números que contam a história”, aconselha.
Segundo ela, se não aprendermos com o nosso passado, nunca seremos capazes de ter um futuro melhor. Os farmacêuticos podem usar plataformas de mídia social para educar o público e defender vacinas. Os programas comunitários de extensão e as feiras de saúde também são ótimas maneiras de divulgar a atualização das vacinas. Além disso, os farmacêuticos podem advogar por leis mais rigorosas sobre vacinas relacionadas a isenções religiosas ou filosóficas.
Veja também: https://www.assistenciafarmaceutica.far.br/gestao-de-estoque-sem-perdas-na-farmacia-indiana/
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